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Resposta de Bolsonaro à pandemia de coronavírus polariza sociedade
Apelos do presidente para que brasileiros ignorem medidas de isolamento estão empurrando apoiadores moderados para oposição. Ao mesmo tempo, atitude radical de Bolsonaro mobiliza sua base de apoio mais fiel.
Foi uma cena recorrente em todo o Brasil no fim de semana: carros cobertos com a bandeira nacional atravessando as ruas de grandes cidades, motoristas buzinando para denunciar o fechamento do comércio em meio à nova pandemia de coronavírus e, do outro lado, pessoas isoladas em suas casas saindo às janelas para bater em panelas e frigideiras nos chamados panelaços.
Alimentando essa divisão, estava o presidente Jair Bolsonaro, cuja minimização extrema do coronavírus colidiu com as medidas de isolamento propostas por seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e muitos governadores.
"Bolsonaro é bem-sucedido num contexto de isolamento político porque é contra o establishment", afirma Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Agora ele está direcionando a retórica antissistema contra governadores e especialistas em saúde."
A maioria dos governadores seguiu a tendência global de fechar atividades comerciais não essenciais e aclamar o isolamento social para retardar a disseminação do coronavírus. Mas Bolsonaro instou os brasileiros que não estão em grupos de risco a voltarem às ruas ‒ e a salvarem sua economia em dificuldades.
Até a manhã desta terça-feira (31/03), o Brasil havia confirmado mais de 4.579 casos de covid-19 e 159 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Mas enquanto a doença avança no país, Bolsonaro manifesta sua falta de preocupação com a pandemia quase diariamente.
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