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Como a China está reagindo à queda de seu velho amigo, Robert Mugabe, do Zimbábue?
Enquanto forças políticas e militares no Zimbábue se empenhavam em por fim ao interminável mandato do presidente Robert Mugabe, os chineses acompanhavam de perto o processo de remoção desse homem que muitos consideram um ditador.
Mugabe (93 anos) governou o Zimbábue por mais de trinta anos, da independência do regime colonial britânico até os dias de hoje. Quando a maioria dos países ocidentais começaram a impor sanções ao Zimbábue devido à política de expropriação de terras e abusos de direitos humanos no começo dos anos 2000, a China interveio e se tornou a mais importante aliada do presidente africano.
Com o passar dos anos, as relações entre o Zimbábue e a China se intensificaram mediante empréstimos, visitas diplomáticas e projetos de construção e investimentos. Entre 2010 e 2015, a China concedeu ao Zimbábue mais de US$ 1 bilhão em fundos emprestáveis.
Esse apoio financeiro levou o partido da oposição do Zimbábue a acusar Beijing de ajudar Mugabe a roubar bilhões do país por meio do comércio ilícito de diamantes. E, de fato, a economia do Zimbábue vem se deteriorando sob o regime desse presidente, e a corrupção é um problema sério. No início de novembro, Mugabe exonerou seu vice, Emmerson Mnangagwa, no intuído de aparentemente colocar sua própria esposa para assumir a presidência.
A situação culminou em 15 de novembro de 2017, quando os militares tomaram controle do país. Dezenas de milhares de zimbabuanos saíram às suas da capital Harare para comemorar e gritar bordões contra o governo como “Mugabe precisa ir embora” e “Não para a dinastia Mugabe”. A Frente Patriótica da União Nacional Africana do Zimbábue removeu o então presidente da liderança do partido em exercício, colocou Mnangagwa no cargo, e ameaçou mover um processo de impeachment contra Mugabe caso ele não renunciasse à presidência.
Contudo, Mugabe havia se recusado a renunciar até o dia 21 de novembro.
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